Vinculado à Espanha pelo Tratado de Tordesilhas
(1494), o território do Rio Grande do Sul, foi cenário de lutas constantes
entre portugueses e espanhóis, desde a fundação da Colônia do Sacramento
(1680), localizada à margem do Rio da Prata (hoje território do Uruguai). O
intento português era desviar a prata extraída pelos espanhóis e transportada
para Espanha através de Buenos Aires. Seria vital aos portugueses manter uma
linha de ligação, ocupando o território espanhol de Laguna (final da linha de
Tordesilhas) até Sacramento. Com isso, a Coroa Portuguesa estaria estendendo
seus domínios até o Rio da Prata e desenvolvendo uma nova atividade no processo
de exploração: a preia do gado xucro. Neste período, a carne não era considerada
um bem econômico, pois se consumia somente o necessário para subsistência da
ocasião, deixando-se apodrecer o restante. O que interessava era a
comercialização do couro. Esta atividade movimentou a região e atraiu o
interesse pela pecuária sulina.
Para frear essa ação portuguesa, a coroa espanhola fundou os Sete Povos das Missões, a partir de 1682, onde a presença jesuítica deveria defender a posse da região e conservar o gado xucro estabelecido na “Vacaria Del Mar”. Tal ação jesuítica consistiu em separar parte do rebanho para a região nordeste e formar uma nova reserva, a “Vacaria dos Pinhais”.
Para frear essa ação portuguesa, a coroa espanhola fundou os Sete Povos das Missões, a partir de 1682, onde a presença jesuítica deveria defender a posse da região e conservar o gado xucro estabelecido na “Vacaria Del Mar”. Tal ação jesuítica consistiu em separar parte do rebanho para a região nordeste e formar uma nova reserva, a “Vacaria dos Pinhais”.
No inicio do século XVIII, o eixo econômico da
colônia Brasil, desloca-se do nordeste açucareiro para região central. Frente a
isso, o ouro, o principal produto colonial necessitaria de transporte interno
da região das minas até o litoral. Para efetuar o abastecimento dos mineradores
e transportar o ouro, paulistas e lagunistas deslocaram-se para o território do
Rio Grande do Sul, objetivando capturar o gado xucro, em especial o gado
muar. Com isso, estancieiros começaram a
estabelecer-se na região para invernar o gado. Surgiu assim uma nova atividade
no contexto sulino: os tropeiros, responsáveis pelo transporte do gado.
Em 1732 é feita a doação da primeira sesmaria: “Estância das Conchas”, nas imediações de Tramandaí, para Manoel Gonçalves Ribeiro. Posteriormente, em 1733, lagunistas mudam-se para o sul, com suas famílias e procuram legalizar suas terras. São tropeiros que se transformam em estancieiros.
A partir de 1734, Cristóvão Pereira de Abreu começou abrir a Estrada Real, que partindo de Viamão, passava por Santo Antônio da Patrulha, seguia pelo vale do Rio Rolante e subia à serra encontrando-se com a estrada dos Conventos e que do vale do Rio Araranguá se dirigia para Curitiba e São Paulo.
No segundo semestre de 1737, foi instalada à margem esquerda do Rio dos Sinos, o “curral da contagem”. A guarda tinha função de registrar as pessoas e as tropas que do Rio Grande do Sul, deslocavam-se para Curitiba e também efetuar prisões de desertores. Em 1739, passou a ter função de cobrar taxas dos animais capturados no sul para serem vendidos em Sorocaba.
Os desentendimentos das Coroas Ibéricas no sul da América fizeram com que as duas monarquias firmassem em 1750, o “Tratado de Madri” estabelecendo que Portugal entregasse Sacramento à Coroa Espanha e receberia em troca os Sete Povos das Missões. Entretanto, a demarcação dos limites foi interrompida pelos índios missioneiros que se recusavam a entregar suas terras, motivando a “Guerrilha Guaranítica” (1754-1756).
Em 31 de agosto de 1760, a Portaria Episcopal institui a Capela Curada na sesmaria de Inácio José de Mendonça e Silva e Margarida Exaltação da Crus (onde hoje localizado o Paço Municipal de Santo Antônio da Patrulha). A jurisdição desta capela abrangia “desde o registro da serra de Viamão até o lugar chamado Lombas, correndo rumo pelo Arroio Grande de João Rodrigues, Fazenda de João Pinto, Capivari e Palmares e todos que estão situados nos Campos de Tramandaí”. Posteriormente, em 26 de junho de1762, a
jurisdição da capela de Santo Antônio é ampliada atingindo os territórios de
São Francisco de Paula de Cima da Serra, Vacaria e Bom Jesus, além de
Tramandaí, Conceição do Arroio e Torres.
O conflito entre as Coroas de Portugal e Espanha somente teve fim em 1801 com o “Tratado de Badajós”. Consolidada a posse portuguesa na região, seria necessário criar mecanismos de organização para firmar definitivamente o domínio português no território sulino. Para isso, o Príncipe Regente, D. João, criou em 07 de outubro de 1809 quatro Municípios: Rio Grande, Rio Pardo, Porto Alegre e Santo Antônio da Patrulha.
Em 1732 é feita a doação da primeira sesmaria: “Estância das Conchas”, nas imediações de Tramandaí, para Manoel Gonçalves Ribeiro. Posteriormente, em 1733, lagunistas mudam-se para o sul, com suas famílias e procuram legalizar suas terras. São tropeiros que se transformam em estancieiros.
A partir de 1734, Cristóvão Pereira de Abreu começou abrir a Estrada Real, que partindo de Viamão, passava por Santo Antônio da Patrulha, seguia pelo vale do Rio Rolante e subia à serra encontrando-se com a estrada dos Conventos e que do vale do Rio Araranguá se dirigia para Curitiba e São Paulo.
No segundo semestre de 1737, foi instalada à margem esquerda do Rio dos Sinos, o “curral da contagem”. A guarda tinha função de registrar as pessoas e as tropas que do Rio Grande do Sul, deslocavam-se para Curitiba e também efetuar prisões de desertores. Em 1739, passou a ter função de cobrar taxas dos animais capturados no sul para serem vendidos em Sorocaba.
Os desentendimentos das Coroas Ibéricas no sul da América fizeram com que as duas monarquias firmassem em 1750, o “Tratado de Madri” estabelecendo que Portugal entregasse Sacramento à Coroa Espanha e receberia em troca os Sete Povos das Missões. Entretanto, a demarcação dos limites foi interrompida pelos índios missioneiros que se recusavam a entregar suas terras, motivando a “Guerrilha Guaranítica” (1754-1756).
Em 31 de agosto de 1760, a Portaria Episcopal institui a Capela Curada na sesmaria de Inácio José de Mendonça e Silva e Margarida Exaltação da Crus (onde hoje localizado o Paço Municipal de Santo Antônio da Patrulha). A jurisdição desta capela abrangia “desde o registro da serra de Viamão até o lugar chamado Lombas, correndo rumo pelo Arroio Grande de João Rodrigues, Fazenda de João Pinto, Capivari e Palmares e todos que estão situados nos Campos de Tramandaí”. Posteriormente, em 26 de junho de
O conflito entre as Coroas de Portugal e Espanha somente teve fim em 1801 com o “Tratado de Badajós”. Consolidada a posse portuguesa na região, seria necessário criar mecanismos de organização para firmar definitivamente o domínio português no território sulino. Para isso, o Príncipe Regente, D. João, criou em 07 de outubro de 1809 quatro Municípios: Rio Grande, Rio Pardo, Porto Alegre e Santo Antônio da Patrulha.
Criado os Municípios nestes deveriam ser instalados as
Câmaras de Vereadores que iriam administrar os territórios. No Município de
Santo Antônio da Patrulha foi instalada a Câmara de Vereadores, em 03 de abril
de 1811, que da sede deste deveria administrar 34.184 km2.
A partir de segunda metade do século XIX, a questão emancipação passa a ser uma constante no território patrulhense. Neste contexto, está a Freguesia de Vacaria que em 1850 emancipou-se de Santo Antônio. Em 1857, Vacaria retorna ao Município Patrulhense, enquanto Conceição do Arroio emancipa-se, levando consigo toda a faixa litorânea. Em 1876, é a vez de Lagoa Vermelha emancipar-se, abrangendo a freguesia de Vacaria. Lagoa Vermelha perde sua emancipação para Vacaria em 1878, passando a ser distrito desta. O Mesmo ocorreu com São Francisco de Paula em 1878 (1ª Emancipação), com Santa Cristina do Pinhal em 1880 e também Taquara em 1886.
Destes Municípios, outros também se emanciparam formando uma árvore genealógica de filhos, netos, bisnetos e trinetos. Mas, Santo Antônio da Patrulha, também continuou gerando novos municípios no decorrer do século XX, é o caso do Município de Rolante que após um longo processo de mais de trinta anos, emancipou-se em 1954, e do município de Caraá, o filho mais novo emancipado em 1996.
A partir de segunda metade do século XIX, a questão emancipação passa a ser uma constante no território patrulhense. Neste contexto, está a Freguesia de Vacaria que em 1850 emancipou-se de Santo Antônio. Em 1857, Vacaria retorna ao Município Patrulhense, enquanto Conceição do Arroio emancipa-se, levando consigo toda a faixa litorânea. Em 1876, é a vez de Lagoa Vermelha emancipar-se, abrangendo a freguesia de Vacaria. Lagoa Vermelha perde sua emancipação para Vacaria em 1878, passando a ser distrito desta. O Mesmo ocorreu com São Francisco de Paula em 1878 (1ª Emancipação), com Santa Cristina do Pinhal em 1880 e também Taquara em 1886.
Destes Municípios, outros também se emanciparam formando uma árvore genealógica de filhos, netos, bisnetos e trinetos. Mas, Santo Antônio da Patrulha, também continuou gerando novos municípios no decorrer do século XX, é o caso do Município de Rolante que após um longo processo de mais de trinta anos, emancipou-se em 1954, e do município de Caraá, o filho mais novo emancipado em 1996.
REFERÊNCIAS:
BACKES, Cônego
Wunibaldo. Santo Antônio da Patrulha nas
Memórias do Padre Wunibaldo – 1932-1954 – Porto Alegre: EST, 1992.
BARROSO, Vera
Lúcia Maciel (Organizadora). Santo
Antônio da Patrulha – Re-conhecendo sua História. Porto Alegre, EST, 2000.
_______. Presença açoriana em Santo Antônio da
Patrulha e no Rio Grande do Sul. Porto alegre, EST, 1993.
LOPES, Luiz
Roberto. História do Brasil Contemporâneo.
5ª edição, Porto Alegre: Mercado Aberto, 1990.
NEIS. Padre
Ruben. Guarda Velha de Viamão – No Rio
Grande miscigenado surge Santo Antônio da Patrulha. Porto Alegre. EST.
Sulina, 1975
PESAVENTO,
Sandra Jatahy. História do Rio Grande do
Sul. Porto Alegre; Mercado Aberto; 1980.
FOTO:
Rua da Direita (hoje Avenida Borges de Medeiros). Início do século XX. Acervo da Fundação Museu Antropológico Caldas Júnior.