terça-feira, 12 de agosto de 2014

PORTO RAMOS – UMA COMUNIDADE QUE TEM HISTÓRIA

No terceiro distrito do município de Santo Antônio da Patrulha, encontra-se a localidade de Porto Ramos. Uma comunidade que guarda na memória o tempo de histórias da produção e dos transportes fluviais. Foi uma das poucas áreas do município que soube explorar a navegação no Rio dos Sinos. Inácio Machado Ramos chegou em Santo Antônio da Patrulha por volta de 1840 e estabeleceu-se a margem do Rio dos Sinos cultivando milho e feijão. Frente à falta de estradas para ecoar o que produzia, Inácio encontrou no Rio dos Sinos uma forma de transporte. Construiu um porto e um barco com capacidade para 12 mil quilos de produtos. Esse barco necessitava de três homens para remar até o seu destino. Logo o porto passou a servir as comunidades vizinhas: Serraria Velha, Morro Agudo, Taquaral e todo o terceiro distrito.
A partir de Santo Antônio o Rio dos Sinos passa a ter menos profundidade e deixa de ser navegável. Até o Porto Ramos o rio é bastante largo, mesmo assim a navegação é restrita a embarcações menores.

Conforme depoimento do Sr. José Amorim Ramos (já falecido) prestado ao jornal Folha Patrulhense em outubro de 1980, “os melhores anos da produção foram de 1926 a 1930. Com a revolução de 30 a produção caiu”. Relata o Sr. José que o terceiro distrito produzia milho, feijão, arroz, palha de vassoura e cana-de-açúcar. Na década de 30, a abertura da RS-30 (hoje Rodovia Cristóvão Pereira de Abreu) facilitou às vias de transportes e à navegação foi aos poucos tornando desnecessária. Santo Antônio da Patrulha pode contar com uma estrada que o ligaria diretamente a capital do Estado.
Atualmente do Porto nada mais existe. Entretanto ainda permanecem no local duas edificações do século XIX. Uma destinada ao comércio e outra para moradia. Também existe nas proximidades um cemitério construído inicialmente para o sepultamento de familiares.
Essa atividade econômica gerou o nome da localidade “Porto Ramos”. O Porto porque lá realmente existiu um porto e Ramos porque o pioneiro foi Sr. Inácio Machado Ramos.
A história dessa comunidade e do Porto da Família Ramos tem de ser trabalhada, registrada e pesquisada. É de grande importância para a historiografia do município registrar uma necessidade geográfica que foi capaz de gerar uma atividade econômica numa região tão desprovida da navegação fluvial.

Um comentário:

  1. Problemas na postagem anterior ... Aprenderei por aquí. Parabéns pela iniciativa meu amigo. Bjs,

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