No terceiro distrito do município de Santo Antônio da Patrulha, encontra-se a localidade de Porto Ramos. Uma comunidade que guarda na memória o tempo de histórias da produção e dos transportes fluviais. Foi uma das poucas áreas do município que soube explorar a navegação no Rio dos Sinos. Inácio Machado Ramos chegou em Santo Antônio da Patrulha por volta de 1840 e estabeleceu-se a margem do Rio dos Sinos cultivando milho e feijão. Frente à falta de estradas para ecoar o que produzia, Inácio encontrou no Rio dos Sinos uma forma de transporte. Construiu um porto e um barco com capacidade para 12 mil quilos de produtos. Esse barco necessitava de três homens para remar até o seu destino. Logo o porto passou a servir as comunidades vizinhas: Serraria Velha, Morro Agudo, Taquaral e todo o terceiro distrito.
A partir de Santo Antônio o Rio dos Sinos passa a ter menos profundidade e deixa de ser navegável. Até o Porto Ramos o rio é bastante largo, mesmo assim a navegação é restrita a embarcações menores.
Conforme depoimento do Sr. José Amorim Ramos (já falecido) prestado ao jornal Folha Patrulhense em outubro de 1980, “os melhores anos da produção foram de 1926 a 1930. Com a revolução de 30 a produção caiu”. Relata o Sr. José que o terceiro distrito produzia milho, feijão, arroz, palha de vassoura e cana-de-açúcar. Na década de 30, a abertura da RS-30 (hoje Rodovia Cristóvão Pereira de Abreu) facilitou às vias de transportes e à navegação foi aos poucos tornando desnecessária. Santo Antônio da Patrulha pode contar com uma estrada que o ligaria diretamente a capital do Estado.
Atualmente do Porto nada mais existe. Entretanto ainda permanecem no local duas edificações do século XIX. Uma destinada ao comércio e outra para moradia. Também existe nas proximidades um cemitério construído inicialmente para o sepultamento de familiares.
Essa atividade econômica gerou o nome da localidade “Porto Ramos”. O Porto porque lá realmente existiu um porto e Ramos porque o pioneiro foi Sr. Inácio Machado Ramos.
A história dessa comunidade e do Porto da Família Ramos tem de ser trabalhada, registrada e pesquisada. É de grande importância para a historiografia do município registrar uma necessidade geográfica que foi capaz de gerar uma atividade econômica numa região tão desprovida da navegação fluvial.
Problemas na postagem anterior ... Aprenderei por aquí. Parabéns pela iniciativa meu amigo. Bjs,
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